quarta-feira, 1 de junho de 2011

Andrew Keen: O Anticristo do Vale do Silício

Postular a popularização de blogs, redes sociais e sites que trazem informações feitas por anônimos (como a Wikipedia, Twitter ou o Youtube) como um fenômeno democrático pode parecer um assunto óbvio e repetitivo. O tema em questão é considerado um standart, ou seja, não tem como discordar da importância da Web 2.0 para a sociedade atual, onde a rapidez e a praticidade para enviar e receber informações, sejam na forma de e-mails, torpedos de celular, ou até mesmo nas atualizações do Facebook, é tida como vital para qualquer cidadão antenado com o que está acontecendo, seja na sua vizinhança ou no outro lado do mundo.

É por isso mesmo que um escritor inglês, radicado há muitos anos nos Estados Unidos (mais precisamente no Vale do Silício, lar das maiores empresas, companhias e desenvolvedoras de softwares e tecnologias digitais do mundo) vem causando tanta polêmica. Em seu livro "O Culto do Amador", o jornalista Andrew Keen critica ferozmente o valor exagerado que a sociedade tem pela publicação de material jornalístico, seja na forma de notícias ou até mesmo uma crítica de um produto cultural, por aqueles que não possuem formação humana e profissional na área. Ele aponta que o "Culto à criança" é um dos responsáveis por esse fenômeno. Segundo Andrew, muitos pensam que um jovem da geração y sabe tanto quanto um PhD formado em Harvard. Porém, de acordo com o jornalista, isso não é verdade, pois a experiência acumulada ao longo da vida é um fator essencial para a qualidade do serviço feito por um profissional.

Não há como negar um crescente sentimento narcisista em parte da população. Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikipedia, disse certa vez que ele não confia mais em um doutor do que em um adolescente de 15 anos.  Desde cedo, a maioria das crianças aprendem que são especiais e isso futuramente pode acabar em uma frustrante constatação de que nem todas elas são talentosas.

É através desse argumento que o autor formula a sua tese. Na contramão de seus colegas de Silicon Valley, o jornalista sugere que a internet está acabando com a cultura, o conhecimento e a economia, principalmente dos Estados Unidos. De acordo com Keen, a própria Wikipedia, "com seus milhões de editores amadores e conteúdo não confiável, é o 17º site mais acessado da internet; Britannica.com, com seus 100 ganhadores do Prêmio Nobel e 4 mil colaboradores especialistas, está em 5.128º lugar". Esse fenômeno pode ser comprovado através de uma rápida pesquisa no Kindle. O site criado por Jimmy Wales é a primeira sugestão do gadget, sendo a fonte mais acessada por seus usuários.

A conclusão de Keen é polêmica. O inglês afirma que as pessoas não são iguais, pois umas possuem talento e outras não. Por fim, ele complementa dizendo que o ser humano que não possui conhecimento suficiente não deve fazer o trabalho de um jornalista, cujo papel é justamente mostrar aos leigos o caminho a ser trilhado e seguido.

A revolução da internet e da tecnologia digital é um caminho sem volta. Na verdade, até o próprio Andrew Keen é um fanático por dispositivos digitais como o iPhone ou o iPad, como todo profissional formado no Vale do Silício deveria ser. Ele ainda avisa que o jornalismo feito à moda antiga acabou. Está morto e sepultado e nós temos que nos adaptar.

A questão que fica é a seguinte: qual é o futuro do profissional da comunicação? Para Keen, as faculdades de jornalismo estão com os dias contados. É difícil imaginar um mundo sem os jornais de papel, mas é ainda mais difícil pensar em um mundo com a presença deles.

Seja ele um picareta amargurado, que quer apenas parecer diferente dos outros ao discursar contra toda uma cultura instituída ou, por que não, um revolucionário incompreendido, certas indagações de Andrew são interessantes e podem ser abertas à discussão. Acabar com o que já foi construído é impensável. O que pode ser sugerido é apenas utilizar uma dose saudável de ceticismo sempre que for pesquisar algo pela internet. O autor diz que ela dificulta o discernimento entre o verdadeiro ou falso, mas charlatões sempre existiram. Talvez esteja aí o papel do jornalista moderno, lançar uma luz amiga nesse infinito universo virtual.


Confira o blog de Andrew Keen:


http://andrewkeen.typepad.com/


Também dê uma olhada na participação do jornalita do Vale do Silício programa Milênio, da Globo News, onde ele trata de todos os assuntos polêmicos abordados por ele em sua obra:


http://www.youtube.com/watch?v=zPm6OCGNerU

Dia Nacional da Imprensa

Acessem Ilicínea Agência Congonhas de Notícias

Nosso amigo colaborador Vitor Eugênio fez uma profunda e instigante reflexão sobre a imprensa atual e citou o blog Mídia Colaborativa.

Acessem e comentem!!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Vídeo do Blog

O blog Mídia Colaborativa produziu um vídeo de professores de jornalismo dando suas opiniões a respeito do Jornalismo Colaborativo.

Para conferir, é só clicar aqui

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Jornalista por paixão...e opção!!


Crédito: Arquivo pessoal
Nascido em Ilicínea, uma pacata cidadezinha no sul de Minas Gerais, (daquelas que ainda se é possível sentar na pracinha da Igreja, para curtir um final de tarde jogando conversa fora, sem pressa e sem se preocupar com a hora do rush, com o horário do ônibus ou com os perigos da volta pra casa), Vitor Eugênio, funcionário dos Correios da cidade, é conhecido em cada esquina por onde passa.
Mas, não é porque ele é o dono da padaria da praça, ou daquela fazenda mais bonita da região, nem muito menos porque é padre ou prefeito. Vítor Eugênio é o jornalista de Ilicínea!
Há cerca de dois anos, Vitor criou um blog “Ilicínea Agência Congonhas de Notícias” (o nome se refere a antiga denominação dada para a cidade, que no passado, era chamada Congonhas), e desde então divulga TUDO que acontece na cidade.
Mesmo aqueles dias comuns, típicos de uma cidade do interior com pouco mais de 10.000 habitantes, o jornalista sempre encontra algo para noticiar e transforma uma apuração simples em uma matéria elaborada, daquelas que dá gosto a qualquer colega jornalista!

Abaixo você confere uma entrevista do jornalista ilicinense cedida ao blog Mídia Colaborativa:

1)Quando surgiu o interesse em escrever matérias e publicá-las em um blog? Sempre teve facilidade em escrever? 
Há anos venho escrevendo. Tenho interesse em lançar um livro com o dia a dia de Ilicinea. Meu sonho de adolescente era ser jornalista talvez seja esta a facilidade em escrever.

2)O blog existe há quanto tempo?
Surgiu em 02 de novembro de 2009 para divulgar o futebol em Ilicínea que eu participei como um dos organizadores. Assim que acabou o Campeonato Municipal de Futebol, passei a escrever no blog os fatos que acontecem em Ilicinea sempre visando a informação cultural com a intenção de fazer a memória da cidade que outrora não fizeram.

3)De quanto em quanto tempo você atualiza o blog?
Pelo menos uma vez por semana. 

4)Como busca as pautas e os assuntos para colocar no blog?
 Já tenho mais ou menos uma programação de acordo com o dia ou mês. Os acontecimentos do dia a dia, sugestões ou convites para eventos são fundamentais para que eu possa abordar os temas. As notícias são redigidas baseadas em fatos reais, documentos e  minha participação no acontecimento. Na maioria absoluta das matérias que escrevo eu estou envolvido com elas.

5)Você divulga o seu blog para as pessoas?Como?
 Divulgo sim, no orkut, no facebook,  através de emails, em bate papos com amigos  ou até mesmo quando estou colhendo informações para uma matéria. 

6)O que os moradores de Ilicínea acham da sua iniciativa? Comentam com você?
Os moradores de Ilicinea elogiam muito, mas recebo muitos emails dos Ilicinenses ausentes que acompanham as notícias e sempre ficam atualizados. A Casa da Cultura de Ilicinea passou a utilizar meus artigos como fonte de informações e pesquisas, tendo em vista que apresento novidades que ainda não foram registradas nos arquivos da mesma. 

7)Qual o segredo de se transformar tudo que acontece em Ilicínea em notícia?
Acredito que o segredo é a dedicação e o prazer de escrever, ai tudo acontece  de forma natural. Estou sempre atento às coincidências e a cada passo que dou ao ver um novidade ou algo que disperta minha atenção em pouco tempo transformo em notícia. 

8)Já pensou em fazer um jornal impresso em Ilicínea?
Já pensei sim, porém sei que o jornal impresso demanda um tempo maior. As matérias escrevo à noite ou fim de semana e as pesquisas podem ser demoradas. Trabalho nos Correios e falta tempo para dedicar a este empreendimento que considero mais grandioso.

 Agora que você conferiu a entrevista, não deixe de visitar o blog do Vitor (http://www.vitoreugenio23.blogspot.com) e deixar seu comentário!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Mídia Tradicional x Mídia Colaborativa

Diferentemente da mídia independente (rádios comunitárias ou rádios-pirata, jornais de baixa circulação e fanzines), a web colaborativa apresenta sem dúvida uma ameaça à grande mídia (rádios, emissoras de televisão, revistas, jornais, governos e corporações).
 
 A mídia colaborativa vem crescendo devido à fácil publicação na internet, como boletins por correio eletrônico, redes sociais, podcasts de áudio e vídeo, blogs, fotologs e sites de conteúdo.

Mas a pergunta é: será que esses meios não estão sendo manipulados por terceiros? Como corporações ou políticos? A grande mídia sempre encontra maneiras de influenciar ideologicamente a população por meio das informações, e muitas vezes, esta as assimila sem analisá-las.

Deve-se ter cuidado com as informações da web, pois justamente por ser fácil de publicar, é também fácil de empresas e políticos interferirem no modo como a notícia é dada, podendo manipular os receptores.

Com o crescimento cada vez maior da mídia colaborativa, a população deverá ter mais voz ativa, senso crítico e opinião própria. Os internautas devem ter muito cuidado com tudo o que se passa na web, para não ocorrer o mesmo efeito da mídia tradicional...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Falsa colaboração

Em uma época de fácil acesso a equipamentos de produção de fotografias e vídeos, os veículos de comunicação ficam de olho em novas oportunidades e furos. De certa forma, o colaborativo deixou o jornalismo um bocado “preguiçoso”.
Por que se preocupar em correr atrás de furos, se todo ouvinte, internauta ou telespectador é um “informador” em potencial? Mas e se esses colaboradores não forem formados em jornalismo? Será que as informações passadas por eles, não devem ser filtradas antes de divulgá-las?

O site UOL, 4º no ranking de acessos na web no Brasil, segundo informações da Alexa.com, cometou um erro grave no dia 17 de julho de 2007. Nessa data, um acidente envolvendo um avião da TAM levou a morte de 199 pessoas, e com esse desastre, as grandes redações do Brasil foram inundadas de vídeos e fotos capturadas por cidadãos.
É foi bem aí que o UOL errou. Um internauta enviou uma suposta foto do acidente em que uma pessoa aparece em meio as chamas causadas pela colisão da aeronave com um depósito da TAM.
Até aí: trágico e sensacionalista, mas se não mostra o rosto do sujeito, por que não divulgar?
Após receber vários e-mails de outros internautas alertando sobre uma suporta montagem, a equipe do UOL vasculhou e achou uma foto idêntica a veiculada, a não ser pelo corpo que aparece nela. Logo que foi descoberta a farsa, o UOL tirou a foto do site e colocou um aviso de erro aos internautas e a Ombudsman do UOL, Tereza Rangel, críticou a atitude do seu empregador.
O erro foi consertado, mas com tantas outras tragédias que acontecem todos os dias pelo Brasil e pelo Mundo, nós corremos o risco de se sermos enganados, portanto devemos sempre bater na tecla de que os conteúdos enviados por colaboradores, devem passar por filtros para não descredibilizar o jornalismo como um todo.

FOTO ORIGINAL:


FOTO COM MONTAGEM:


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Imagem modelo de comunicação

Podemos definir os dois sistemas de comunicação em estudo neste blog com as imagens ao lado. À esquerda temos o modelo de comunicação presente na mídia de massa. Esse sistema, quase em extinção, só existe atualmente em países não democráticos, onde um grande conglomerado dirigido pelo governo tem a posse de toda a comunicação. Existe apenas um emissor, que distribui a informação da maneira que achar mais conveniente, já que a audiência não tem o poder de escolha. Dessa forma, o público fica à mercê dos interesses do grupo dominante.

Já o modelo da direita é o predominante em todo planeta. Nele, todos são produtores e todos são receptores. Não existe o monopólio da informação e o público tem o direito de escolher o que quer ver, ouvir e ler. A audiência também passa a produzir, até mesmo com o incentivo das grandes empresas de comunicação.

As perguntas que fazemos é, será que este modelo digital é de todo perfeito? Como saber selecionar e decupar a informação de qualidade ou até mesmo verídica? Qual é o papel do jornalista nessa história? Todos agora são jornalistas?

E você, o que acha de tudo isso?